Campinas está ameaçada de deixar de ser polo de call center
Dissídio coletivo em andamento desde maio deste ano pode levar as mais de 10 empresas lá instaladas
a migrar para outras localidades.
Campinas poderá deixar de ser um polo de call center. A cidade - que abriga mais de 10 grandes sites (local onde se concentram os atendentes) e emprega mais de 10 mil pessoas - poderá assistir à debandada ou quebradeira de empresas se o Tribunal Regional do Trabalho decidir-se por elevar o piso da categoria acima dos porcentuais aplicados em outras regiões do Estado. O piso convencionado em todo o Estado é de R$ 800. O julgamento da convenção coletiva está marcado para a próxima quarta-feira, dia 9 de setembro.
Quem faz o alerta é o Sintelmark – Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing, Marketing Direto e Conexos -, que vem defendendo o piso de R$ 800, já ajustado em janeiro no porcentual de 13% em relação ao anterior.
“Se o piso salarial for o que deseja o sindicato dos trabalhadores, todos os outros custos do setor na cidade vão subir 9,1%, valores que as empresas de call centers não têm como absorver e dificilmente conseguirão repassar para seus clientes”, assinala Stan Braz, diretor executivo do Sintelmark. “As consequências poderão ser a migração de empregos para outras localidades, e até quebra de empresas”, acrescenta o diretor executivo.
O setor de call center é a porta de entrada a quem está começando a vida profissional, e emprega atualmente, em todo o País, mais de 1,5 milhão de pessoas das mais diferentes faixas etárias. Desse total, 30% são de primeiro emprego.
Uma das maiores empresas de call center do País, de capital aberto, que emprega só em Campinas cerca de 4 mil pessoas, já indicou aos acionistas a possibilidade de transferir o site para outra localidade.
A própria Prefeitura de Campinas vem atuando para manter as empresas na cidade e garantir o primeiro emprego aos jovens.
No início do ano, conforme Samuel Ribeiro Rossilho, secretário municipal da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo, a administração pública de Campinas reduziu de 5% para 2% o Imposto sobre Serviço (ISS) para as empresas de call center, ciência e tecnologia. “É um incentivo permanente que significa renúncia fiscal de R$ 50 milhões por ano. Campinas é a única cidade que incentiva as empresas que aqui estão instaladas. Esse é um grande diferencial.”
Mesmo com o incentivo, a administração pública local também vem atuando para que o Tribunal Regional do Trabalho pondere no julgamento da convenção coletiva.
Lei estadual
O sindicato dos trabalhadores de call center de Campinas defende o piso de R$ 905 para atendentes com base na Lei 12.640/07, do governo do Estado. “Esta lei foi construída sobre 220 horas mensais de trabalho, embora o texto legal nada diga sobre carga horária”, comenta Stan Braz, do Sintelmark. Os operadores de call center trabalham 180 horas mensais, conforme a Norma Regulamentadora NR17.
“Fazendo os cálculos, quem trabalha 220 horas e tem seu salário com base na lei estadual, ganha por hora R$ 4,11. Já os operadores de call center, com um salário de R$ 800, dividido por 180 horas, ganham R$ 4,44 por hora. Ou seja, 8% a mais por hora”, explica o diretor executivo do Sintelmark.
Sobre o Sintelmark
O Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing, Marketing Direto e Conexos (Sintelmark) representa as empresas de contact Center, telemarketing/teleatendimento e marketing direto, que respondem por aproximadamente 307 mil trabalhadores.
Criado há 20 anos, a principal atuação do Sintelmark é o desenvolvimento do setor de call center. Para tanto, tem como proposta estruturar uma autogestão da política de negócios e defender a aprovação de regulamentação do setor. Os maiores desafios são a diminuição da rentabilidade; equalização dos obstáculos contratuais; os investimentos em inovação; suprir o baixo nível de formação básica dos operadores.
É o setor do primeiro emprego e inicia a cadeia de desenvolvimento profissional, possibilitando ao trabalhador evoluir nas áreas administrativa e de tecnologia.
O Sintelmark é presidido por Lucas Mancini e tem como diretor executivo Stan Braz.
Informações para a Imprensa

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