Não pague customização quando a mudança for legal

Por Gilmar de Almeida, Membro da M2BS, Consultor de Empresas Pós-Graduado em Marketing pela Madia School, e Pós-Graduado em Produção e Materiais pela Universidade de Taubaté (INPG) 

Nos últimos anos, a Receita Federal vem dando passos na direção do controle total de atividades econômicas, assim como na fiscalização de impostos com a finalidade de aumento de arrecadação. Em congressos internacionais, o Brasil é posição de destaque pelo avanço que vem imprimindo, chegando a assessorar países com a exportação de softwares de controle de impostos e automação bancária.

Nos anos 80, quando ainda era técnico em processos, trabalhando na Bosch – Campinas, fiz parte do grupo de implantação de um sistema integrado o qual trazia para uma só base toda a operacionalidade da empresa, desde o operacional (piso de fábrica), passando por materiais, recebimento, fiscal, contas a pagar, contas a receber; até o fechamento contábil. Tratava-se de um software alemão já operando na matriz. Hoje, chamamos de MRP, ERP ou CRM. Este trabalho me deu uma visão sistêmica esplêndida, assim como as necessidades para tal integração.

Mais tarde, nos anos 90, passei a utilizar toda esta experiência na orientação de implantações de sistemas integrados e notei que os programas, que eram muito caros, passaram a ter seus valores reduzidos. Porém, as horas de analistas passaram a ser o mais importante para empresas fornecedoras de softwares. Este perfil veio se firmando a ponto de, hoje, os programas terem um valor baixíssimo e ou até locados, porém, com remuneração de implantação e horas de customização.

Vamos lembrar que os fornecedores de softwares, com muitas bases instaladas, já passaram por correções e adequações a ponto de trazer para cada cliente sua versão mais atualizada àquela atividade.

Agora, gostaria de trazer um alerta a consumidores de softwares corporativos, principalmente no que tange a adequações legais. Infelizmente, tenho presenciado em várias empresas que atendemos uma baixa “massa crítica” de estruturação de programas MRP/ERP, e justamente por este GAP vejo que os fornecedores aproveitam e elaboram orçamentos para adequações e customizações.

Ao Administrador, alertamos quanto à customização. Normalmente, vem de “zonas de conforto”, onde funcionários, trabalhando com Excel, querem a mesma forma retratada no sistema. Por outro lado, Adequações Legais são Pré Requisitos do sistema.

Atualmente, vemos várias evoluções impostas pela Receita: SPED, SPED ECF, e-Social e Bloco K; vamos lembrar que tais fornecedores de software, a partir de agora, precisam ter incorporados tais procedimentos no sistema vendido. Caso contrário, não estará apto a atender a legislação. Sendo assim, o cliente atual tem que se precaver para não arcar com ônus destas mudanças.

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