O feedback é uma prática de desenvolvimento de pessoas e de trabalho em equipe cada vez mais comum e necessária. Já é elemento avaliado em entrevista por fazer parte da lista de atividades de gestores - tanto generalistas quanto técnicos. Mas, no mundo corporativo, a aplicação ainda constrange quem a recebe. Isso normalmente acontece por falhas na maneira de comunicá-lo, segundo Maria Cândida Baumer de Azevedo, diretora da consultoria People & Results. "O mundo seria um lugar melhor se todo ser humano soubesse dar e receber feedback. Ainda não chegamos lá, mas estamos no caminho", afirma Maria Cândida.
Ela explica que quem recebe o feedback precisa entender exatamente o que aconteceu, em que situação e qual foi a repercussão que fez com que determinada atitude, fosse percebida como positiva ou não. "Se alguém lhe diz, você é prestativo, é possível ter inúmeras interpretações para este comentário. Por isso é fundamental ser preciso. Ou seja, ao dar o feedback é preciso esclarecer e dizer: você é prestativo, ontem no fechamento do relatório ao perceber que eu estava com dificuldades me apoiou até eu conseguir terminar. Fica claro qual comportamento, ao ser repetido, pode gerar a mesma reação positiva", explica. Além disso, todo feedback, segundo Maria Cândida, deve ser de fácil compreensão. E o receptor deve saber que caminhos tomar para mudar a percepção do outro.
Uma maneira adequada para dar espaço ao feedback e para que seja melhor utilizado, é começar pedindo ao invés de dá-lo, de acordo com a especialista. Isso porque, quando se pede, com interesse genuíno em recebê-lo e controlando-se para não explicar, negar ou justificar, abre-se a guarda para que o outro, ao perceber uma reação positiva, também se interesse em ganhar esse presente, em algum momento. "Quem o oferece está dedicando parte de seu tempo a quem o recebe por entender que o que ele tem a dizer ajudará aquela pessoa a ser melhor. Só se investe tempo, o recurso mais escasso do mundo, em quem se acredita ter potencial para evoluir."
A diretora pontua ainda que não existe um momento certo para dar um feedback. Há sim, o momento errado. Um deles é quando os ânimos estão aflorados. Ao dar feedback neste ambiente, pode provocar discussões improdutivas e rejeição ao que for colocado. Em momentos de calma será melhor absorvido e a reflexão mais efetiva. Para Maria Cândida, outro erro é esperar semanas ou meses, pois quanto mais tempo passar do ocorrido, maior a chance do colega ou funcionário esquecer a situação, os detalhes, o que estava sentindo, a reação dos envolvidos, as palavras usadas e/ou a comunicação não verbal. "Assim como dar o feedback na hora do stress não é efetivo, esperar tempo demais também é nocivo - a chance de cair no esquecimento ou da pessoa repetir o mesmo comportamento sem estar ciente da repercussão são grandes", analisa.
Fonte e créditos: Callcenter.inf.br em
www.callcenter.inf.br/dicas/53342/o-poder-do-feedback/ler.aspx