Planos de cargos e CLT retêm mais talentos em tecnologia, diz estudo

29/05/2012 22:16

43% dos profissionais de SP reprovam políticas de cargos das empresas.
SindPD e Brasscom defendem redução da informalidade para reter talentos.

Daniela Braun Do G1, em São Paulo

A falta de políticas claras de cargos e salários é o principal motivo de insatisfação entre 43% dos profissionais da área de Tecnologia da Informação. Esta é a principal conclusão de uma pesquisa realizada pelo Datafolha a pedido do SindPD (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação).

O levantamento feito entre os dias 22 e 28 de março com 719 profissionais do Estado de São Paulo, sendo 583 da capital e 136 do interior, também mostra que 39% dos entrevistados não se sentem valorizados pelas empresas. Em relação às condições de trabalho, aos benefícios e à remuneração, o índice de descontentamento é de 21%.

A pesquisa aponta que os funcionários contratados no regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) estão mais satisfeitos com as empresas - 65% deles classificam suas companhias como ótimas ou boas e 60% aprovam os benefícios que recebem. Já entre os funcionários em regime Pessoa Jurídica, o índice de satisfação com as condições de trabalho cai para 48%, enquanto 29% aprovam o plano de saúde oferecido e 18% consideram a oferta de benefícios como boa ou ótima.

 

No modelo CLT Flex (abreviação para CLT Flexível), em que parte da remuneração é recebida em dinheiro e parte em forma de benefícios, 56% dos profissionais de TI pesquisados avaliam as condições de trabalho como boas ou ótimas, 49% aprovam o plano de saúde e 31% aprovam os benefícios oferecidos.

Do grupo pesquisado, 46% têm idade entre 26 e 35 anos, 72% são homens e 87% trabalham em empresas com mais de 50 funcionários. A renda familiar mensal é de cinco a dez salários mínimos (R$ 3.110 a R$ 6.220) para 32% dos entrevistados e de mais de dez a 20 salários mínimos (mais de R$ 6.220 até R$ 12.440) para 29% dos participantes do estudo.

Para reduzir o índice de rotatividade no setor, os empresários devem eliminar as contratações informais, afirma Antonio Neto, presidente do SindPD. “No Estado de São Paulo estimamos que 25% dos trabalhadores de TI sejam contratados em regime Pessoa Jurídica (PJ). Isso acaba gerando um índice alto de rotatividade de profissionais, que é de 5% e 7% setor”, avalia.

Neto também defende a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) como uma forma de reter talentos da empresa. A PLR já foi estabelecida na convenção coletiva do SindPD para empresas com mais de 50 empregados no Estado de São Paulo.

Desoneração da folha e pagamentos
Os regimes PJ ou CLT Flex costumam ser adotados para alocação de profissionais de tecnologia em projetos, que exigem um contingente temporário de mão de obra especializada. Para o presidente do SindPD, mesmos nestes casos, a contratação CLT é mais vantajosa tendo em vista os incentivos de desoneração em folha de pagamento anunciados em abril pelo Ministério da Fazenda, como parte das novas medidas do Plano Brasil Maior.

O setor de TI e Call Center foi um dos 15 segmentos industriais beneficiados pelas novas medidas do Plano Brasil Maior, anunciadas em abril deste ano. Com a alteração, os gastos com a folha de pagamento serão reduzidos de 2,5% para 2% do faturamento bruto das empresas beneficiadas a partir de agosto deste ano. “O setor sempre reclamou do gasto com folha de pagamento, mas as novas medidas anunciadas com o Plano Brasil Maior devem gerar uma economia de R$ 1 bilhão, que podem ser reinvestidos no setor”, afirma Neto.

O Estado de São Paulo emprega 45% dos trabalhadores de TI do país, o que equivale a 184,4 mil das 409,3 mil vagas preenchidas no Brasil, segundo dados divulgados em fevereiro deste ano pelo Seprosp (Sindicato das Empresas de Processamentos de Dados e Serviços de Informática do Estado de São Paulo).

 

“A empresa que contrata funcionários no regime PJ cria um passivo trabalhista e acaba tendo acesso restrito à entrada de capital para crescer"

Antonio Gil, presidente da Brasscom

Mercado mais atraente
Do lado dos empresários, a adoção do regime CLT também é defendida como uma forma de preservar a “concorrência ética” entre as empresas brasileiras, além de mantê-las atrativas a investimentos. “A empresa que contrata funcionários no regime PJ cria um passivo trabalhista e acaba tendo acesso restrito à entrada de capital para crescer”, observa alerta Antonio Gil, presidente da Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação). Segundo ele, somente prestações rápidas de serviços justificam a contratação no regime PJ.

Outro aspecto positivo da formalização, segundo a Brasscom, é a retenção de profissionais qualificados, que demandam investimentos constantes em treinamento e certificação. Segundo a associação, o mercado interno de TI e Call Center possui uma carência de mão de obra de 100 mil vagas, atualmente. “O funcionário CLT valoriza muito mais o treinamento dentro da empresa”, observa Gil.

O Brasil é o sétimo maior mercado de Tecnologia da Informação do mundo, tendo movimentado US$ 102,6 bilhões em 2011 – crescimento de 11,3% em relação ao ano anterior – segundo a consultoria IDC Brasil. A projeção de avanço para 2012 é de 9%. O ranking mundial é liderado pelos Estados Unidos, seguidos por Japão, China, Reino Unido, Alemanha e França.

Em 2011, o faturamento do setor representou 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para atingir a meta do segmento de corresponder a 6,5% do PIB até 2020, segundo o SindPD, o mercado precisa incorporar cerca de 750 mil novos profissionais.

 

g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2012/05/planos-de-cargos-e-clt-retem-mais-talentos-em-tecnologia-diz-estudo.html

Fonte e créditos: G1

 

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