O setor de franquias cresceu 16,9% em 2011, e promete manter a mesmo ritmo para este ano
De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o segmento de franquias do Brasil cresceu 16,9% em 2011, atingindo o faturamento de R$ 88,8 bilhões. Por conta disso, o franchising já representa hoje 2,3% do PIB.
Pelos dados divulgados esta semana é possível perceber que o setor cresceu um pouco mais do que o esperado, por conta do bom momento da economia nacional e do aumento da renda da população principalmente.
Para chegar a essa conclusão, os dados levantados pela ABF tiveram como base 2.031 marcas de franquias atuantes no Brasil, e para este ano a entidade acredita que o ritmo de crescimento fique em torno de 15%. “O crescimento do setor é sustentável e acompanha a economia do País, apesar de estar crescendo muito acima do PIB”, explica Ricardo Camargo, diretor executivo da ABF. De acordo com ele, 15% de crescimento para 2012 é um excelente número e pode até ser considerado conservador, já que estão previstos 43 novos shopping centers ao longo de 2012.
O número de redes em operação no Brasil cresceu 9,5% e o número de unidades (franqueadas e próprias) chegou a 93.098, o que significa um incremento de 7,8% em relação ao ano anterior. Essa expansão resultou na abertura de mais de 60,5 mil novos postos de trabalho. Portanto, o setor é responsável por mais de 837 mil empregos diretos e em 2012, a projeção é de 913 mil.
Por outro lado, o crescimento no número de unidades poderia ser ainda maior, se não fosse o alto custo dos imóveis registrado em praticamente todas as regiões do País, que inibiu a abertura de novos pontos de venda. “As redes de franquia avaliam minuciosamente o ponto comercial, já que nem sempre é possível repassar o custo do aluguel para o preço do produto ou serviço oferecido. Um exemplo disso é que no último ano, esse custo aumentou entre 2% e 4%, principalmente no primeiro semestre”, complementa Camargo.
No que se refere ao número de microfranquias, cujo investimento inicial é de até R$ 50 mil, o aumento foi de 213 para 336, em 2011. Por conta disso, elas já representam 17% do total de marcas e 4% do faturamento do setor, ou seja, R$ 3,7 bilhões.
Ainda de acordo com a pesquisa, em 2011 surgiram 176 novas franquias no mercado. Deste total, muitas são marcas já conhecidas do consumidor brasileiro, mas que somente no ano passado adotaram o modelo de franquias como forma de expansão. Dentre elas, a TAM Viagens, o supermercado Dia%, a loja de roupas Arte na Rua e as marcas Lupo, Hope, entre outras.
O interesse no Brasil continua alto e por isso, muitas redes internacionais continuam sondando esse mercado nacional. A tendência é haver um aumento de marcas estrangeiras em operação no Brasil nos próximos anos. Já as redes nacionais, apesar do grande potencial da economia local, não deixaram de pensar na internacionalização. No final do ano passado, por exemplo, 90 marcas brasileiras já possuíam operações no exterior. Elas estão presentes em 58 países, em todos os continentes, e representam atualmente 4,7% do total das marcas nacionais.
Crescimento por Setor
No ranking de faturamento, os cinco segmentos que mais cresceram em 2011 foram: Hotelaria e Turismo (85,9%); Móveis, Decoração e Presentes (35%); Esportes, Saúde, Beleza e Lazer (24,3%); Negócios, Serviços e Outros Varejos (14,9%); Alimentação (14,5%) e Acessórios Pessoais e Calçados (13,15%).
“Os setores que mais cresceram estão relacionados principalmente com o aumento de renda da população e com o ingresso definitivo das mulheres no mercado de trabalho, o que gera um aumento nos serviços como alimentação fora do lar, lavanderias, reparos domésticos, além de serviços de beleza, saúde e entretenimento”, conclui Camargo.
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Fonte e créditos: NOVAREJO